Vórtice Polar – O que é e como se forma?

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Quando chegamos ao Outono começamos a ouvir falar do Vórtice Polar e uma questão que nos assola é: Mas afinal o que é o Vórtice Polar? É mau? É devido às Alterações Climáticas?

A resposta às duas últimas questões é NÃO! O Vórtice Polar não é mau nem é devido às Alterações Climáticas… é um processo natural que se forma sempre, todos os anos, quando começa o Outono.

Pensemos no nosso planeta como uma casa em que temos duas divisões expostas ao sol todo o dia e duas divisões com ausência total de luz solar.

Estamos no Outono Climático e como tal, no Ártico, estamos nas divisões sem grande exposição solar e na Antártida estamos nas divisões com muita exposição solar.

Na verdade, as nossas divisões que apanham sol todo o dia ficam quentes e secas e as nossas divisões que não têm ação solar direta ficam frias, até com crescimento de bolor.

Nestas Estações, com a redução da duração dos dias e horas de sol, o Ártico chega a ficar meses em que poucas horas de sol tem e, como tal, a temperatura em altitude desce abruptamente, na zona de menor incidência solar.

Tal como o bolor e desagradável que fica na nossa casa nas divisões que não têm sol, gera-se um ciclone em permanência em altitude no Ártico e que com o passar dos dias acaba sempre por passar para os níveis mais baixos da atmosfera… daí ser do senso comum que é no Outono e Inverno que o gelo se intensifica e o tempo é muito mais instável nas latitudes mais altas.

Este vórtice vai-se intensificando com o passar do Outono e é um regulador do clima no Outono e Inverno no Hemisfério Norte (no sul é ao contrário). Pequenas oscilações na sua posição ou intensidade acabam por, algumas semanas mais tarde, ser sentidas nos níveis mais baixos, onde nós estamos! Nem sempre são sentidas as consequências dessas oscilações mas muitas vezes sim.

Quando o Inverno climático está a meio e isso acontece a meio de Janeiro, o sol começa a romper mais vezes nas latitudes mais altas do Hemisfério Norte. Afinal, é altura do Hemisfério Norte começar a virar para as divisões expostas ao Sol e o Hemisfério Sul o contrário.

Com isto, há um súbito aquecimento dos níveis altos da atmosfera e o Vórtice acaba por ficar muito instável e, por vezes, até se partir em dois ou mais vórtices. Normalmente um nos EUA e outro na Escandinávia são recorrentes, mas podem ser mais. Outras vezes, se o aquecimento não for tão intenso, o Vórtice pode simplesmente mudar de local ou, em último caso, nem lhe acontecer nada.

O nome científico para este aquecimento é Aquecimento Súbito da Estratosfera!

A imagem seguinte mostra a temperatura a cerca de 26km de altitude, onde se encontra este Vórtice. Nesta imagem podemos ver o tal Vórtice (cores azul e roxo), em finais de Dezembro de 2018, a sofrer um forte aquecimento pelas cores amarelo a vermelho.

Deste aquecimento em particular ou de um posterior neste ano, mais corretamente falando, viria a surgir a famosa Besta de Leste, devido à quebra do Vórtice e deslocação de um deles para a zona nordeste da Europa. Em Portugal, isso refletiu-se em forte precipitação desde o final de Fevereiro até meados de Abril, tendo o nosso país passado de uma situação de seca para uma situação de chuva intensa em pouco tempo. São fenómenos destes que podem acontecer com os SSW – Aquecimento Súbito da Estratosfera, se os efeitos passarem para os níveis mais baixos (e isso geralmente ocorre entre finais de Dezembro e Março).

Com a chegada da Primavera o Vórtice Polar do Ártico desaparece e surge o da Antártida, porque entretanto trocaram de divisões!

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